História

Debruçada sob as águas do Arade em atitude curiosa, a pacata povoação de Ferragudo, conserva a feliz conjuntura geológica que os homens souberam aproveitar em ruas íngremes e recortadas.

A actual vila de Ferragudo, elevada a esta categoria em 30 de Junho de 1999, situa-se no concelho de Lagoa.
Situada junto à foz do rio Arade confrontando a Norte com a freguesia do Parchal, a Sul com o oceano Atlântico, a Este com a Freguesia de Estombar e a Oeste com o Rio Arade. Tem aproximadamente a área de 5,74 km2 e a sua população são cerca de 3000 habitantes.

O Concelho de Lagoa, Algarve, tem uma área de 93,60 Km2, aproximadamente, em que o número total de habitantes residentes ronda os 20.453 de acordo com os resultados dos censos de 2001.

O Concelho, dominado pela cidade que lhe dá o nome, comporta actualmente 6 freguesias: Ferragudo, Parchal , Estombar, Lagoa, Carvoeiro e Porches.
As populações do Concelho situam-se junto à E.N. 125 e junto ao litoral, como é o caso de Ferragudo e Carvoeiro.

O Concelho, está compreendido entre os de Portimão e Silves, limitado a Sul com o Oceano Atlântico para onde conflui de Norte uma ligeira faixa de barrocal ao longo do rio Arade.

Foi uma zona escolhida por Fenícios, Cartagineses e Romanos, atraídos pela beleza da foz do Rio Arade, onde praticavam a pesca e desenvolveram a indústria da salga do peixe. Também dos Romanos ficou a arte do mosaico e da numismática.

Terá sido no século XIV que os pescadores começaram a usar este lugar para enfrentar os invernos rigorosos dando lugar à actual moldura humana da freguesia.

Em 1520, a Rainha D. Leonor viu as potencialidades do local e procurou garantir aos moradores os meios indispensáveis de segurança, que possibilitassem a sua continuidade e a fixação de outras pessoas. Os privilégios então concedidos foram idênticos aos atribuídos aos habitantes de Silves. O Bispo do Algarve foi uma das personalidades que se instalaram na zona.

É ao Bispo de Silves D. Fernando Coutinho que se deve a edificação, entre 1502 e 1537, da muralha que protegia a povoação bem como do castelo onde provavelmente residia aquando da sua morte.

No século XVIII o desenvolvimento da localidade que aliava a actividade piscatória à agrícola, conduziu à desanexação de Ferragudo da freguesia de Estômbar, a que pertencia, passando a constituir uma nova freguesia em 1749.

Com o incremento da indústria conserveira, no início do século passado, Ferragudo tornou-se numa povoação próspera, disputando as primeiras posições no mercado nacional das pescas. Tempos áureos que terminaram com a decadência da indústria, atrasada, incapaz de acompanhar as novas tecnologias, tornando-se pouco rentável.

Afirmando-se inicialmente com as actividades agrícola e piscatória, a partir da década de setenta do século passado, o turismo se implanta, à semelhança de toda a faixa litoral Algarvia, como principal vector económico, gerando comércio e serviços, assim como algumas pequenas industrias, que coexistem com a agricultura e a pesca tradicional.

A riqueza cultural desta zona é acentuada em termo turísticos pelo seu artesanato, de onde se destaca a empreita, a olaria e a doçaria artística.

A Vila de Ferragudo encontra-se implantada na margem esquerda do rio Arade, sobranceira à cidade de Portimão, sendo caracterizada pelo seu amontoado de casas brancas e ruas estreitas, que desembocam invariavelmente na zona ribeirinha.

Desde sempre a população de Ferragudo esteve ligada ao mar e à fauna piscatória diária, assimilando os seus desgostos e suas alegrias, fazendo delas o seu fado.

No entanto nos campos em redor a agricultura e a criação de gado estiveram sempre presentes, apesar dos seus altos e baixos, tendo predominado a apanha da amêndoa, figo e alfarroba na sua economia.

Ferragudo, que em tempos idos, possuiu a maior feira de gado a sul do país, algumas fábricas de conserva de peixe em plena laboração, uma florescente manufactura de empreita, hoje encontra-se limitada aos poucos pescadores que ainda vão ao mar, a alguns agricultores que ainda retiram da terra os frutos do seu sustento, mas fundamentalmente, obtém grande parte das suas receitas através do turismo que a visita.

Nota-se uma mudança social nítida diferente dos idos anos 40 e 50, em que maior parte dos seus habitantes viviam da pesca e da industria, comungando dos seus dissabores e do seu fraco rendimento económico, para uma população mais virada para a prestação de serviços turísticos e comerciais, em Ferragudo e maioritariamente na cidade que espreita no outro lado do rio, Portimão, tendo como consequência o elevar do nível económico das famílias e logo a mudança do seu enquadramento socio-económico.

Às maravilhosas praias e às excepcionais condições naturais que aqui se podem encontrar, aliaram-se as vilas, os aldeamentos, entre outras unidades de alojamento, tornando Ferragudo, uma região de reconhecida beleza, num lugar aprazível e ideal para umas férias tranquilas.

Ferragudo é uma das mais belas silhuetas de vila à beira mar que se podem encontrar em todo o Algarve.

Actualmente, Ferragudo continua a viver do mar mas numa perspectiva diferente.

O turismo instalou-se, trazendo consigo o progresso e a riqueza.